MATEUS 13:
44 O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem, ao descobrí-lo, esconde; então, movido de gozo, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.
45 Outrossim, o reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas;
46 e encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou.
47 Igualmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanhou toda espécie de peixes.
48 E, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins, porém, lançaram fora.
49 Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos,
50 e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.
51 Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Entendemos.
52 E disse-lhes: Por isso, todo escriba que se fez discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.
Analisando as parábolas de Jesus, podemos perceber Sua preocupação em deixar-nos um claro entendimento de como, de fato, devíamos encarar o Reino Espiritual e seu papel em nossa vida.Diante da parábola acima podemos extrair lições preciosas daquilo que Jesus espera de nós enquanto pessoas que encontraram a Cristo e Sua Palavra.
Cristo inicia seu discurso traçando uma profunda relação entre o ato de encontrarmos a nossa salvação (Jesus) e encontrarmos um tesouro que não era nosso.É interessante notarmos que Jesus utiliza-se de algo que o homem valoriza extremamente:a riqueza;os bens desta terra.Mesmo no campo espiritual a maneira que Cristo chama-nos a atenção é aplicando aquilo que a nossa carne almeja às coisas de cima,às coisas do alto. No texto em questão,no v.44,entendemos qual deve ser a nossa atitude diante do fato de termos tido um encontro com Jesus Cristo.Como fica bastante claro,Jesus mostra-nos que o simples fato de termos tido um encontro com Ele não é,por si mesmo,a forma de estarmos inseridos no Reino de Deus.Lembremo-nos que diversos fariseus,religiosos,incrédulos,filósofos tiveram encontros com Jesus e,nem por isso,foram salvos ,libertos,redimidos pois a admissão ao Reino de Deus está condicionada a algo que muitos esquecemos:a utilização da vitória da Cruz para a entrada no Reino de Deus.
O princípio de utilizarmos o sangue de Jesus para garantir-nos a salvação eterna é bem explicado em Mt.19.16-22,onde vemos Jesus mostrando o que deveria ser feito do sacrifício dele na cruz.Era justamente o oposto daquilo que o jovem rico queria ouvir de Jesus pois,talvez, aquele jovem quisesse utilizar-se do sangue de Jesus para ser mais rico ainda,ou para qualquer outra coisa que não incluía usar o sangue de Cristo para aquilo que era sua finalidade básica:a admissão,a entrada,o passaporte para o Reino de Deus.
Muitos de nós estamos justamente como este jovem que,desconhecendo a finalidade do sangue de Jesus,desejou toda sorte de dádivas,não compreendeu que este sangue tão precioso fora derramado para que pudéssemos ser aceitos neste Reino(Hb.10.19).Então Jesus Cristo,nos mostra que apenas falarmos com Ele,tocarmos nele,ouvirmos seus ensinamentos,não nos garante a entrada na terra de onde Jesus veio,na pátria governada por Ele,mas sim,utilizarmo-nos Dele próprio,de seu sangue como a forma de sermos aceitos em Seu glorioso Reino espiritual(Cl.1.20).Ele fez paz entre nós e Deus por meio de Seu sangue;Ele nos assegurou,por meio de seu sangue,a “compra”desse campo.
No decorrer da narrativa, Cristo mostra-nos outro aspecto deste encontro com Ele.O fato de estarmos dispostos a abrir mão de todo o nosso tesouro em favor de um bem maior,de algo que supera nossas expectativas.Podemos aplicar os vv.45 e 46 ao fato de vivermos boa parte de nossa vida,de nosso tempo,numa busca incessante por algo que é apenas uma figura,uma sombra daquilo que Deus tem a nos oferecer.Isso fala de estarmos na presença de Cristo com a motivação errada,buscando Jesus tão somente por aquilo que Ele pode nos oferecer,somente pelas bênçãos que Ele nos põe à disposição.
No caso daquele homem,ele estava acostumado com um padrão de pérolas,havia um modelo que ele recebia freqüentemente.Talvez estejamos nessa situação de aceitarmos negociar ou até mesmo adquirir aquilo que não corresponde a plenitude daquilo que Deus pode nos oferecer.Muitos de nós,nos agradamos com as dádivas que estão liberadas na Palavra de Deus mas nos esquecemos que todas elas apontam para algo muito maior(Hb.10.1;Cl.2.3-5).Apontam justamente para o Reino espiritual do Messias,o Reino espiritual onde Cristo é o Rei e Senhor bem como o detentor de todo poder.
Aquele homem da parábola tomou a atitude certa,usou tudo aquilo que tinha para conquistar aquela pérola.A mais sublime de todas que ele já havia visto,a mais perfeita,aquela que verdadeiramente correspondia as suas expectativas.Ele entendeu que aquela pérola era o resumo de toda sua busca,de todo o clamor que havia dentro de si e,não pensando duas vezes,comprou-a saciando o desejo de sua alma.A essa altura,aquela pérola já era parte sua,já fazia parte de seu ser e,é dessa forma, que Cristo quer que o Reino Dos Céus faça parte de nossa vida,um anelo indizível,algo que não se pode expressar por meio de palavras,somente com uma atitude de renúncia completa para que possamos fazer parte deste Reino celestial.
Na parte final de seu discurso,Jesus revela-nos um aspecto muito interessante do Reino de Deus que é ser o único grupo que agrega,que aceita independente de qualquer coisa a pessoa,o pecador.Cor,raça,idéias,enfim,nada pode ser um fator de separação entre nós e o Reino de Deus.Mas mesmo sendo agregador,acolhedor,o Reino de Deus não é bagunça.Jesus nos fala da justa separação entre aqueles que fazem parte deste Reino e os que não fazem.
Ainda que haja uma idéia que somos ou estamos nesse Reino de Deus,o que vai definir que realmente somos e fazemos parte do Reino de Deus são as duas atitudes citadas acima:a aquisição,pelo sangue de Jesus,da Terra Prometida,da Nova Jerusalém Celestial e,a renúncia a tudo pelo amor a este Reino.O que nos diferirá dos maus é o fato de tomarmos estas atitudes materiais para declarar a nossa fé.
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