LUCAS
18
1 Contou-lhes também uma parábola sobre
o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.
2 dizendo: Havia em certa cidade um juiz
que não temia a Deus, nem respeitava os homens.
3 Havia também naquela mesma cidade uma
viúva que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.
4 E por algum tempo não quis atendê-la;
mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens,
5 todavia, como esta viúva me incomoda,
hei de fazer-lhe justiça, para que ela não continue a vir molestar-me.
6 Prosseguiu o Senhor: Ouvi o que diz
esse juiz injusto.
7 E não fará Deus justiça aos seus
escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles?
8 Digo-vos que depressa lhes fará
justiça. Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?
Nesta
segunda parte a respeito das parábolas de Jesus,analisaremos um texto bastante
claro em si, mas,que de alguma forma,possui idéias e conceitos bem definidos acerca dos temas tratados nele.
Inicialmente,
Lucas deixa bem claro o propósito daquela parábola de Jesus aplicando-a a
questão de orar sempre e nunca desfalecer. No decorrer da narrativa, vemos
Jesus tratando da oração de uma forma que foge à regra do “Pai Nosso”, pois, enquanto
que naquela oração modelo, Jesus enfatiza a questão da glorificação ao Pai por
meio da manifestação espiritual do Reino Dele, nesta Ele dá à oração outro
propósito:a resolução do impossível por meio de uma intervenção do próprio
Deus.
Obviamente,
todo e qualquer tipo de oração deve ter como finalidade a glorificação a
Deus,não é este princípio que está sendo colocado na questão mas,sim,a garantia
de Cristo que qualquer situação em nossa vida que necessite de um milagre de
Deus nós teremos a resposta.Nesta parábola,Cristo identifica o Pai como sendo o
Juiz capaz de trazer-nos uma sentença favorável.Independente da esfera na qual
o problema está inserido- física ou espiritual- o SENHOR pode nos conceder a
resposta que tanto necessitamos.
No
texto em apreço, a viúva necessitava de um julgamento a seu favor mas havia
contra ela muitas situações:
1)Era
viúva;apesar da bíblia determinar o cuidado e o amparo das viúvas,ao que
parece,a viúva descrita por Jesus não tinha quem a auxiliasse;
2)Um
juiz que não estava disposto a ajudá-la;aquele juiz é descrito como alguém que
não temia a Deus nem aos homens;
3)Um
adversário;independente de que fosse,tinha, indiscutivelmente, mais condições
de vencê-la numa disputa judicial naquela situação.
Apesar
de todos os fatores contra aquela humilde viúva,havia algo em favor dela que os
demais desconheciam:sua perseverança.Foi justamente isso que lhe garantiu a tão
sonhada vitória e,mais que isso,o respeito e temor daquele juiz injusto.Isso nos
mostra que ainda que o contexto físico estivesse contra ela,a perseverança e a
esperança daquela mulher moveram o coração daquele homem ímpio.Aplicando este
princípio de perseverança na oração,temos em nosso favor algo que aquela mulher
não tinha:
1)Somos
filhos(Rm.8.17) e,portanto,herdeiros de Deus em Cristo,a bênção já é
nossa(Gl.4.7;3.29);
2)Temos
a nosso favor o próprio Deus, Ele julga-nos favoravelmente(Is.43.26;Sl.147.3);
3)Apesar
de termos um adversário- o diabo- ela já está derrotado e não pode nos
vencer (1Jo.5.18;Rm.16.20).
Com
esta parábola,podemos aprender que independente da situação,por mais que tudo
conspire contra nós,o SENHOR nos garante e resposta e assegura-nos a vitória
pelo sangue de Jesus Cristo nosso Senhor.