No decorrer da história do povo de Deus houveram momentos,sempre que os crentes saíam da direção do Espírito Santo,que Deus os entregava à servidão para outros povos,com o intuito de mostrar que o serviço a Deus era a melhor opção.A exemplo daquilo que aconteceu a Saul(1 Sm 28.19),ou mesmo com Jeroboão,que pecou e fez Israel pecar(1 Rs 14.16)Deus diversas vezes mostrou a Israel que o serviço que Ele havia designado era algo que o SENHOR trazia em amor e sem escravização.Era no momento de aflição,onde o povo era oprimido pelos inimigos, que eles se voltavam para Deus com sinceridade e humildade de espírito e coração para buscar o concerto com o Altíssimo,ali,Deus operava misericórdia sem igual. Numa destas operações de grande livramento e misericórdia,enquanto o povo era escravo de Faraó,após anos de escravização dramática do povo Eleito,finalmente o livramento chega,após inúmeros sinais,prodígios e maravilhas na terra da aflição. Deus livra a Israel.O povo passa a cantar o hino da vitória do outro lado do grande Mar,rumo a uma terra desconhecida que,conforme a promessa manava leite e mel. Essa Passagem,tornou-se então a origem,o sentido de toda a festa conhecida como Páscoa.
A Primeira Páscoa
Israel jazia humilhado e pisado pelos homens.Era uma nação que detinha uma promessa grandiosa,mas,que,pela desobediência,viu a promessa divina se afastar de seu arraial.Mulheres choravam seus mortos,pais viam seus filhos executados, suas mulheres eram desrespeitadas,e,ao que parecia,Deus estava morto ou incapaz de responder aos seus fiéis.Parecia que o Deus de Abraão não respondia seus filhos numa terra desconhecida e de deuses estranhos.
Anos de escravidão e serviço a um homem (Faraó) que acreditava ser a reencarnação de um deus egípcio.O Faraó era visto e tratado como o líder supremo do Egito,tratado dessa forma pois era tido como a reencarnação de Hórus, uma divindade que era considerada filha do sol, e o povo israelita servia-o.Portanto,estar debaixo da servidão deste rei era o mesmo que estar debaixo da servidão deste deus pagão,estar debaixo da servidão de faraó era atestar que o Deus de Israel era inferior à reencarnação de um deus.Quando,porém,o povo voltou-se a Deus,logo o seu gemido foi ouvido pelo Deus de Abraão e 'lembrou-se do seu pacto...'(Êx.2.24).O próprio Deus desceu afim de livrar seu povo das mãos do Egito,já planejando conceder-lhes uma terra boa,confortável e espaçosa (Êx.3.8).
Uma vez que o SENHOR se comprometera a livrar o povo israelita da opressão faraônica,proveu todo o necessário para que Seu povo vivesse um livramento glorioso.Deus,que não deixa falhas em seu planejamento,concede ao povo um libertador,alguém eleito pelo dedo dEle,com dons e atributos que levariam os escravizados a uma trajetória de poder.A liderança que foi levantada- Moisés- carregava consigo mais que pulso firme e grande autoridade,possuía Moisés um envio profético que o permitiria vivenciar milagres e sinais jamais vistos na história do povo israelita,possuía Moisés tal revestimento que lhe garantia dons de poder capazes de quebrar todos os limites do natural e trazer o sobrenatural para diante dos olhos daqueles que cruzariam seu caminho(Êx.4.1-7).
A história,como conhecemos,foi a favor do povo de Deus,tendo uma vitória concedida por meio de pragas ao opressor,mortes, sinais de poder, e,a mais tremenda de todas as evidências,ter o Mar Vermelho aberto diante os olhos e dos carros e cavalos de Faraó,o qual viu perecer o seu exército(Êx.14.27-29).A conquista gloriosa da parte de Deus permitiu que os filhos de Israel andassem pelo meio do mar em seco,sem que lhes causasse dano algum.
A lembrança de toda a opressão do Egito,bem como o grande livramento da parte de Deus,deveriam vir na forma de um memorial perpétuo aos israelitas.A passagem (Páscoa) deveria ser realizada,a princípio,com uma refeição sacrificial que consistia de um cordeiro assado,pães sem fermento e ervas amargas.Cada elemento da Páscoa tinha seu significado,o cordeiro apontava para o sacrifício,o pão sem fermento mostrava a pureza e as ervas amargas remetiam a servidão do Egito.Essa festa nos tempos de Jesus havia tomado outra dimensão,uma vez que os judeus se reuniam uma vez ao ano em Jerusalém para a Páscoa,com o mesmo formato apresentado a Moisés.Essa comemoração tinha dois objetivos:
- O Objetivo Memorial:A Páscoa era uma celebração de estatuto perpétuo aos israelitas afim de que ficasse sabido entre as demais gerações que com mão forte Deus livrou seu povo das mãos de faraó(Êx.12.14); e
- O Objetivo Profético:Toda a liturgia da Páscoa,seus símbolos e significados, apontavam precisamente para Cristo,sua morte e ressurreição foram preditas a cada momento que era celebrada a Páscoa dos judeus.O cordeiro,que é o próprio Cristo,sendo imolado e sacrificado a Deus para a remissão de pecados,tendo a sua carne comida pelos israelitas,mostra que foi por nós que Ele se sacrificou e que nós somos alimentados mediante seu sangue e sua carne,por fim,aponta para a nossa passagem da morte para a vida,do pecado para Deus.
Quando Cristo é imolado e açoitado,sendo humilhado e morto por nossos pecados,Ele o faz na certeza de que uma nova dispensação viria e,com ela,a relação do Pai conosco,através de Jesus,seria outra,distinta daquela apresentada no AT.Deus já não seria visto como um SENHOR intolerante e destruidor,mas, o Rei das misericórdias.A ênfase da Mensagem dos lábios de Jeová já não seria uma mensagem de destruição por conta do pecado,mas,a ênfase seria justamente uma conversão que livra da morte.
Jesus Cristo paga o preço pelas nossas almas,resgatando-nos de nossos próprios pecados e erros,transportando-nos das trevas para a luz,da morte para vida,do inferno para o céu.Da mesma forma que o povo hebreu saiu do Egito rumo a uma terra que mana leite e mel,uma terra de suprimento e deleite em Deus,nós, também,ao aceitarmos o sacrifício de Cristo,somos inseridos no Reino de Cristo, guardados em Deus,tirados da escravidão espiritual que nos oprimia e amarrava. O propósito divino em realizar essa libertação em nós é para que vivamos ao Seu lado vivendo aquilo que fomos destinados a ser:imagem e semelhança de Deus.É nos resgatar na nossa própria natureza vil e carnal para uma total restauração na nossa vida de acordo com o propósito de Deus para nós,que é a nossa remissão e libertação.
Muito longe de ovos de chocolate,coelhinho,a Páscoa é um memorial daquilo que Cristo realizou com o intuito de nos tirar da escravidão que nos encontramos e nos transportar para um território de salvação e refúgio espiritual,sem o qual não viveremos no abrigo de Deus.
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