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29/08/2012

A Igreja pós-moderna


Em 2011,Igreja Assembléia de Deus no Brasil comemorou seu primeiro centenário.O que mais nos chama atenção é,sem dúvida,as mudanças que a denominação sofreu no decorrer deste período.É inegável que este século foi o século do Pentecostalismo mundial,no entanto,como pode um movimento tão grandioso,com um alcance mundial perder tanto de seu espaço,alvo e,acima de tudo,identidade?

O movimento dissidente da Igreja Batista de Belém parecia que seria apenas mais uma seita com idéias anti-bíblicas.Com o passar do tempo,porém,percebeu-se que era um movimento plenamente Protestante e,sobre tudo,um movimento Bíblico.Um século depois,percebemos irmãos batistas falando em línguas,orando fervorosamente,crendo nos dons espirituais.O movimento Pentecostal alcançou o inimaginável:os mais tradicionais de nossos 'opositores'.Hoje com uma percepção diferente acerca dos dons e manifestações do Espírito, batistas, presbiterianos, metodistas, tradicionais de uma forma geral,puderam observar nas Escrituras, o respaldo para crer nas manifestações do Espírito Santo.

Por outro lado,a Igreja que foi o seio do pentecostalismo no Brasil,vive um momento muito delicado em sua identidade.Diferentemente dos pentecostais que nos precederam,hoje podemos viver de uma maneira muito diferente dos cristãos que viveram antes de nós.Hoje algumas Assembléias de Deus admitem práticas que eram repudiadas e tidas como diabólicas.No âmbito espiritual,muitos líderes assembleianos não estimulam tanto a prática da oração como algo indispensável à vida do crente,não pregam tanto usando 'cajado', pregações de auto ajuda não são raridade em alguns ministérios.Já no âmbito social,há uma certa ligação entre alguns ministérios e a política(o que até algum tempo era inimaginável...), presidentes de ministério vivendo uma vida regalada,sem a entrega ao santo ministério.Parece que ocorre o inverso:o ministério é quem entrega tudo ao pastor,enquanto que deveria ocorrer o contrário.

Idéias que corriam apenas sobre os 'neo-pentecostais' atingem algumas partes desta imensa Igreja.Doutrinas repudiadas(como o triunfalismo,doutrina da prosperidade, etc) saem dos lábios de muitos pregadores pentecostais,até mesmo a auto-ajuda tem seu espaço em muitas mensagens.Modismos que eram combatidos(G-12,cair no poder,unções anti-bíblicas e por aí vai...) pelos pioneiros, hoje são adotados sem problemas por alguns.É o reflexo de uma Igreja que caminha para seu primeiro centenário.

Talvez possa parecer uma total apostasia,no entanto,se observarmos com cuidado,será que não ocorreu o mesmo quando lá em Belém,no Pará,a Igreja se dividiu?Veja:os pentecostais saíram dos históricos(tradicionais),os neo-pentecostais saíram de onde? dos pentecostais! saíram como? de modo diferente,mas, o caso é que o engano neo-pentecostal é defendido como crença irrefutável por eles.Infelizmente, o nosso centenário,o primeiro,será marcado por uma mácula nos objetivos espirituais que faziam parte daqueles que iniciaram este ministério que inflamou o século passado.

Enquanto os pioneiros participavam dos cultos de oração,hoje muitos participam dos cultos da vitória; enquanto os pioneiros evangelizavam a tempo e fora de tempo,hoje repelimos os pecadores; enquanto os pioneiros clamavam os dons espirituais,hoje clamamos por um carro zerinho.Afinal de contas,qual o objetivo da Igreja hoje?perdemos o foco?amamos o pecador?evangelizamos?ou será que evoluímos muito para isso? muitos de nós não fazemos nada disso.

Como em todo tempo,há um remanescente fiel,firme à crença de Gunnar Vingren e Daniel Berg!O mover Pentecostal tem,com certeza, o que comemorar mas temos que reassumir nossa identidade para que não vivamos a glória do passado,da mesma forma que o Movimento Wesleyano,o Movimento Batista,etc... que sejamos mais que passado...

2 comentários:

  1. Sou membro da Assembléia de Deus desde a infância (lá se vão 30 anos),e concordo em gênero, número e grau com as colocações acima. Destaco, porém, que ainda existe uma grande número de membros, congregados e obreiros que procuram fugir das novidades e modismos, não se conformam com as heresias, e pregam um evangelho cristocêntrico. E afirmo sem medo de errar que são a maioria.

    Mas o que acontece é que a minoria "novidadeira", "moderna" e "pós-moderna" consegue se apossar de posições-chave, tem acesso mais facilitado aos meios de comunicação, entre outros privilégios, e assim acaba causando mais "barulho", levando a pensar que a maioria apóia essas esquisitices.

    Muitos não tem vez nem voz dentro de suas congregações para expressarem seu descontentamento com alguns rumos que a Assembleia de Deus vem tomando nos últimos tempos, mas não se enganem.

    Se a Assembléia de Deus perder o rumo e o foco, Deus levantará outra(s) igreja(s) [denominações] que preservem a sã doutrina, e para lá acorrerão os fiéis de Cristo (embora esse não seja o meu desejo particular). A Assembléia de Deus não é a dona da verdade, é uma denominação evangélica como qualquer outra (embora tenha tido um início nobre), e como tal sujeita a nascer, florescer, decair e desaparecer. Que Deus nos guarde.

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    1. Exatamente irmão,essa minoria que usa indevidamente o nome da denominação é a que não tem nenhum compromisso com as Doutrinas bíblicas.Infelizmente muito engano tem tomado espaço...

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