Era tido como profeta,um santo homem de Deus,que trazia revelações sobrenaturais e ainda curava a muitos.No dia em que os juízes acharam acusações contra ele,todos nós ficamos perplexos com tal acontecimento,nem tanto pelas acusações,mas,pelo fato de ostentar o título supremo de 'Homem de Deus'.Só de pensar que as realizações sobrenaturais do profeta vinham de forma contraria àquilo que os opositores nos apresentavam,era difícil não aceitar as acusações que os magistrados nos diziam a respeito daquele que era,até então,o maior profeta que nosso povo já viu.Nos portamos como curiosos desenformados que,a cada momento jogavam fora cada milagre que aquele acusado nos havia concedido.Sobre nós caía o julgo e a opressão de duvidar daquele que realizou o impossível.
Desprezou os advogados,não questionou a sentença,não resistiu à prisão.Todas essas atitudes demonstravam a nós que ele era,de fato,culpado de tudo que era acusado pois, de outra forma,não se colocaria como desamparado perante os seus opositores.Seria um tremendo embate político se aquele profeta reivindicasse seus direitos.Enquanto olhávamos,vimos que,talvez,ele não fosse tão inocente diante das acusações.Ainda que as evidências não apontassem efetivamente para sua culpa,contendo apenas algumas testemunhas e uma acusação cheia de falhas e falta de elementos.Mas,o que dizer daqueles que o julgaram?Os mais sábios e respeitados doutores que temos como juízes e doutores da Lei,de conduta irrepreensível,tendo nas costas apenas algumas acusações arquivadas,nada que fora comprovado.Sobre o réu cai todo o rigor da Lei que nós respeitamos e seguimos,um apóstata que não hesitou em profanar nossos costumes mais íntimos e,o pior,colocou em dúvida a nossa capacidade de julgar com retidão e verdade.A maior de suas façanhas foi,sem dúvida,nos pôr à prova naquilo que mais temíamos em nossa vida.
Naquele dia de julgamento o mais difícil não era duvidar da verdade naquele homem,o mais difícil era ver seu semblante calmo,sereno e tranquilo olhando a cada um de nós e apontando nossas fraquezas e nossos erros e nos mostrando, de alguma maneira que não sei como,que aquilo tudo era em favor de um benefício maior e que a sentença dele atingia,de alguma forma,a nossa vida.Durante todo aquele tempo ele não amaldiçoou,blasfemou ou reivindicou alguma coisa àquele que afirmava ser Seu Pai,dono de Reinos e Domínios.Não se apresentou como um embaixador político ou portador do envio real.Apenas falava coisas que não o ajudavam nisso tudo,dizendo que Seu Pai é Rei,mas,de um Império Espiritual,afirmava ser um salvador a nós,mas,ainda estávamos sobre o domínio dos romanos,nada disso tinha muito sentido a nós todos...Através daquela fábula tentava persuadir as multidões por onde passava,na realidade, havia uma certeza,uma confirmação naquilo que ele falava,parece que quanto mais falava, suas Palavras incendiavam nosso ser de modo sobrenatural operando em nós.Talvez por isso muitos eram curados e mudavam suas vidas,e passavam a segui-lo por aí.Se fosse definir,por mim mesmo,quem era aquele homem,a definição que mais se aproximaria é,sem dúvida,de alguém cheio de graça.Contudo,naquele dia,isso não fazia diferença para ninguém...Nem mesmo para mim!
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Continua...
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