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19/06/2011

A Expansão Missionária paulina

Inegavelmente o Apostolo dos gentios desempenhou um papel fundamental na expansão missionária da Igreja de Jesus até os confins da terra, cumprindo as Palavras do Mestre: ’sereis minhas testemunhas até os confins da terra’.
Texto Bíblico: Atos 13 a 21.16.
Como já dissemos,tão logo Paulo se converteu,recebeu a revelação de um chamado apostólico na esfera do espiritual de Deus, numa profundidade e alcance que outros apóstolos talvez não tenham vivenciado em seus ministérios.

1-O Chamado Apostólico:

Após se converter, Paulo passa um período de reclusão, em profunda comunhão e conhecimento de Deus na Arábia, por período de três anos (Gl. 1.17). Deste período não há maiores esclarecimentos acerca de como ele se deu,mas,sabemos que era uma preparação espiritual para o desenrolar do intento de Deus que se daria na vida dele.Já iniciado esse novo período,o apostolo dos gentios volta para Damasco e começa sua interação com os demais apóstolos e com a Igreja.Como o chamado de Paulo não consentia em ser uma peça social no quadro de membros da Igreja,a Pessoa do Espírito Santo,que é o direcionador das estratégias e da caminhada do Corpo de Jesus na terra(Jo.3.8),elegeu a Paulo confiando-o o Evangelho da incircuncisão,tendo como auxiliar a Barnabé(13.2).

2-A Primeira Viagem (13.4 a 14.28):

Antioquia da Síria, que era capital de governadores gregos e romanos, possuía um dos mais importantes santuários da época, o de Apolo, era uma importante cidade, da qual Paulo partiu para todas as suas três viagens missionárias. Saindo de Antioquia Paulo e Barnabé partiram para: Seleucia (13.4),Salamina (13.5),Pafos (13.6),Perge da Panfilia (13.13) e Antioquia da Pisidia.Saindo da cidade de Atioquia,Paulo partiu juntamente com Barnabé para o porto marítimo de Seleucia,partindo para Salamina,em Chipre,onde tinham como cooperador a João Marcos,ali pregavam normalmente o Evangelho de Cristo nas sinagogas dos judeus(v.5).
Atravessando a ilha de Chipre, os missionários partiram para o extremo daquele lugar, ali sua fé e a confirmação do envio divino sobre aqueles homens estava por si cumprir. Pafos era a capital da província de Chipre,portanto uma cidade chave na propagação da mensagem cristã,chegando nela o interesse de Sérgio Paulo,o governador,de ouvir a ministração da Palavra logo se acendeu,trazendo consigo a resistência do encantador Elimas(ou Barjesus),amigo de Paulo Sérgio e alguém de estima naquela cidade.O governador tinha um interesse genuíno de ouvir as Palavras da vida eterna e,seu ‘amigo’ Elimas,tentava de todas as formas apartá-lo da fé,seja por meio de seus encantamentos ou por palavras(13.8b). No cumprimento do chamado apostólico é impossível ao obreiro entrar no campo sem a devida cobertura espiritual e seus devidos armamentos, é o que vemos no próprio pedido do apostolo posteriormente quando, em Corinto, pede a intercessão da Igreja (2Ts. 3.1).
Esse revestimento, que visa confirmar a pregação, por meio de sinais, prodígios e maravilhas, logo se manifestou a favor da obra trazendo juízo àqueles que se opunham a justiça de Deus que estava sendo conhecida pelo governador. Elimas trouxe para si a ira e a condenação de Deus pela resistência à propagação do Evangelho algo que era garantido por Cristo aos apóstolos que toda resistência seria quebrada por causa da unção derramada sobre nós pelo Espírito Santo(Lc.21.14-15),a unção do Espírito permite quebrar todo e qualquer jugo(Is.10.27),foi exatamente o que ocorreu com Estevão,seus opositores não lhe podiam resistir(6.10).O resultado,no caso de Sérgio Paulo,foi a confirmação da inegável manifestação do braço do SENHOR a ele,e ele creu,obviamente(v.12).

2.1-O Discurso na Sinagoga: ’O Deus deste Povo de Israel escolheu nossos Pais’

Cumprido o propósito de Deus em salvar o governador e anunciar o tempo aceitável do Senhor em Chipre, tiveram uma passagem rápida em Perge e partiram para Antioquia da Pisídia desta vez sem o auxílio de João Marcos, que volta a Jerusalém. Seguindo o teor básico de pregação,ensinado por Cristo,de ensino,poder e pregação(Mt.9.25),a ida da primeira viagem missionária empreendida oficialmente pela Igreja não poderia negligenciar a pregação expositiva da Palavra de Jesus por meio dos apóstolos Paulo e Barnabé.Antioquia da Pisídia tinha outro significado nesta viagem pois possuía,ao contrario de outras visitadas,uma colônia de judeus que,inclusive, dispunham de uma sinagoga para sua religião.A ida à sinagoga pelos apóstolos ocorreu,normalmente no sábado,onde os demais judeus,prosélitos e lideres da religião neste local certamente estavam(13.14-15).
A liturgia da sinagoga ocorreu normalmente com a leitura da lei e dos Profetas e, na ocasião do salmo, fora dada a oportunidade a quem, porventura tivesse alguma Palavra de consolação. O culto israelita ocorreria normalmente,mas,dada a oportunidade Paulo se levanta e procura voltar toda a atenção dos congregados para si e suas palavras. Proclamando um discurso simples aos judeus, o apostolo prega poderosamente, acompanhemos o que Paulo pregou naquele sábado na sinagoga de Antioquia:
  • Deus elegeu e Livrou (v.17): Todos ou pelo menos a maioria dos discursos direcionados aos judeus trazia à memória deles o período de opressão no Egito e o glorioso livramento realizado por Deus num tempo que Israel nem era reconhecida como nação, mesmo ali Deus apostou no povo que havia elegido como luz para as nações
  • Deus suportou (v.18-22): A desobediência a Deus sempre marcou Israel bem como sua facilidade de seguir a outros pensamentos e religiões, como resposta a isso, Deus sempre suportou em amor, continuamente enviando uma voz profética a fim de redimir seu povo;
  • Deus prometeu (v.23-25): Diante de toda a insubmissão de Israel àqueles que traziam a mensagem do arrependimento, Deus promete um libertador capaz de não somente encobrir os erros outrora cometidos, mas, também, purificar de toda iniqüidade;
  • Deus consumou (v.26-32): Todas as profecias anunciavam e apontavam para um messias que restauraria a glória do Trono de Davi, que havia sido quebrada, em Cristo, todo o propósito divino de redenção é consumado;
  • Deus confirmou (v.27-37): As alianças estabelecidas por Deus antes de Cristo convergem perfeitamente para ele e se encaixam perfeitamente naquilo que está escrito, a Palavra do próprio Deus é o que confirma a pessoa de Jesus como sendo o próprio redentor prometido;
  • Deus adverte (v.38-41): Conhecendo a nossa incapacidade de assimilar as coisas de Deus, o SENHOR nos adverte a fim de que não deixemos de vislumbrar as obras de Dele.
A pregação, para aqueles que realmente estavam ligados ao Trono de Deus, foi um total deleite, ao ponto de clamarem aos homens de Deus que se fizessem presentes na sinagoga para outro momento como aquele de exposição da Palavra. Como em todas as pregações,a perseguição veio logo em seguida.

2.2-O Resultado: ’Eis que nos voltamos para os gentios’:

O trabalho desempenhado no campo missionário é totalmente diferenciado, pois a oposição que se levanta contra o mover apostólico é totalmente imprevisível e bastante característico. Cada lugar que é alcançado tem seus próprios apelos e resistências e o que motiva a cada grupo é bem diferente.A oposição que surgiu em Antioquia não seguiu o modelo daquilo que incomodava os judeus de Jerusalém,o zelo pela Lei,muito pelo contrario,foi justamente uma Palavra atrativa,que trazia as multidões para ouvir,que os judeus não possuíam que mais incomodou os religiosos locais.
Uma semana se passou até que Paulo voltou a pregar, era o que todos daquela cidade esperavam com muita sede. Quando falamos que a mensagem do Evangelho é atrativa,é gostosa,não estamos,de modo nenhum,aniquilando a porta estreita,as perseguições,a cruz,etc. apenas estamos evidenciando aquilo que a própria definição daquilo que é evangelho nos propõe,que é uma boa noticia.Fica fácil de entender quando,em Mateus 11.5,diz que aos pobres é anunciado o evangelho.Ora,sendo pobre,não há esperança muitas vezes que Deus esta atento às necessidades,ninguém atende,é como se estivesse morto para todos os outros e o evangelho,ou seja,a boa noticia,era anunciado com o propósito de animar aqueles que se encontravam nesta situação.Era essa Palavra de animo e esperança que os judeus não dispunham,era tão somente a Lei,que tentava operar,sem eficácia,como agente regenerador de caráter e nada mais.
Ver seu curral eclesiástico migrar e afluir alegremente para um grupo que não fazia parte daquele que dominava a área incomodou os líderes de tal modo que o agente motivador foi a inveja por tudo aquilo que eles queriam receber, não do povo, mas, de confirmação do chamado e demonstração de poder espiritual, que era o que estava ocorrendo por meio de Paulo e Barnabé. Tamanha era a resistência que,em meio a pregação,contradiziam a tudo que era proferido pelo apostolo,tentando,a todo modo, desmerecer aquilo que era pregado às multidões de Antioquia e arredores.
A multidão que se formou não era apenas de judeus e prosélitos, mas, constava também de gentios que entenderam que faziam parte do grupo de salvação que Deus tinha por propósito alcançar. Muitos dos judeus presentes resistiram abundantemente aos missionários,ao ponto de os expulsarem da cidade.Por sua rejeição uma palavra de benção pôde ainda ser liberada aos gentios que valorizaram a mensagem,que assegurava o acesso a Deus por meio de um caminho que somente os judeus poderiam trilhar,mas que agora não estava restrito a este grupo.

2.3-Perseguição, Idolatria e Apedrejamento:

Na reta final da primeira viagem de Paulo eles saem fugidos de Antioquia e chegam a Icônio e foram, logo que pregaram na sinagoga, perseguidos e atribulados pelos judeus que usaram os gentios a fim de não dar credito a mensagem apostólica. Tamanha foi a perseguição que logo seguiram para Listra pois queriam o apedrejamento dos apóstolos.O que vemos de diferente no evangelismo em Listra é uma situação diferente daquilo que ocorreu em outros locais,pois os opositores da obra seguiram os sinais do mover de Deus e na cidade de Listra buscam consumar seu plano,paralelo a isso,vemos os frutos se manifestando numa esfera até então desconhecida.Trata-se da fé que um coxo possuía para ser curado.Algo que somente é visto em Jerusalém pelos apóstolos e visto antes com Jesus.Fora dos limites de Jerusalém é a primeira menção de alguém que, mesmo, aparentemente, desconhecendo a mensagem cristã, crê para cura.
A prova de que Deus provê manifestações do poder dele mesmo quando não possuímos os dons são reais quando estamos realizando a obra de Deus, quando estamos no campo. Mesmo não possuindo dons de cura,Paulo realiza o milagre pois havia nele revestimento capaz de entender que havia naquele homem uma fé diferenciada que o possibilitava ser curado e libera essa cura milagrosa.O problema viria quando uns religiosos buscariam transformar os dois em deuses vindos dos céus(14.11-13).Estrategicamente os dois pregam e apontam suas próprias fraqueza e sua impossibilidade de serem tratados como dignos de honrarias deste tipo,dizendo que mesmo seguindo suas próprias vaidades Deus não desamparou-os à própria sorte(14.16,17).Estando em Listra os judeus de Antioquia e Icônio incitaram as multidões com propósito de apedrejar aos que estavam anunciando a salvação.
Paulo é apedrejado e arrastado para fora da cidade e pensam que está morto. Os discípulos que estavam seguindo a Paulo e Barnabé neste propósito rodearam o corpo do apostolo e ele voltou a si,indo para a cidade de Derbe(14.20).Concluído o plano de evangelização eles voltaram estabelecendo presbíteros para o cuidado das Igrejas plantadas(v.23).

2.4-Exercendo o Cuidado Pastoral:

A primeira viagem de missões de Paulo e Barnabé evidenciou claramente que,quando a Igreja se reporta ao Calvário e refaz o caminho até o Cenáculo,com Pentecoste, ela cumpre cabalmente sua missão apostólica e profética em meio esse mundo de dores e horrores que jaz no maligno. É a prova daquilo que o próprio Cristo falou que estando nele damos frutos gloriosos(Jo.15.5).Os cuidados pastorais não foram negligenciados pelos missionários vindos de Jerusalém,logo na volta de sua viagem estabeleceram presbíteros,ou anciãos,que exerceriam o ministério pastoral cuidando dos novos crentes.
No intervalo entre atos 14, que narra o fim da primeira viagem e atos 15, que trata do concílio de Jerusalém, Paulo escreve a epístola aos Gálatas, destinada à nova Igreja em Antioquia, Listra, Derbe e Iconio, tais Igrejas eram conhecidas como as Igrejas da Galácia (Gl. 1.2). Paulo não descuidou da assistência às Igrejas que fundou e visitou precisamente porque era parte integrante do ministério apostólico contemplar todas as demais áreas de atuação do Corpo de Cristo.A incumbência de ser testemunha da ressurreição englobava demonstrar tudo aquilo que,junto de nós,Cristo realizou.

Um comentário:

  1. Por meio daquilo que Paulo realizou,sendo perseguidor da fé,convertido ao verdadeiro evangelho de jesus,mostrou que quando estamos numa posição de agrado ao SENHOR alcançamos grandes alvos espirituais.

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